sábado, 16 de julho de 2016

Madeiras para Guitarra

Olá, pessoal! Hoje falarei um pouco sobre as madeiras utilizadas para fabricação de guitarras. Assunto este que é de fundamental importância para obtenção do seu timbre. São inúmeras as possibilidades, devido ao grande números de espécies que podem ser empregadas para a confecção do instrumento como também da mescla das madeiras. 

Vou falar um pouco das madeiras clássicas (Ash, Alder, Mogno), mas darei maior atenção as madeiras brasileiras, visto que defendo a utilização de produtos genuinamente nacionais, pois sou a favor da valorização dos nossos produtos que além de serem de excelente qualidade e exclusivos, contribuem para enaltecer nossa biodiversidade, com o crescimento sustentável (utilizando madeira de demolição), com o crescimento da nossa economia gerando emprego e renda. Outro aspecto que me faz defender a utilização das nossas madeiras é a possibilidade de obtermos o nosso próprio timbre, gerando sua identidade musical e afastando a ideia de soar parecido com "Fulano" que é um Guitar Hero, "Beltrano" que ganhou um Grammy, "Zezinho" que aparece na TV... é uma maneira de mostrar o quanto você é único e especial, lhe afastando da filosofia de ser um clone ou espelho de um outro guitarrista...

Postei algumas espécies e reitero que as possibilidades são inúmeras. Segue a lista:




Araribá


O araribá é composto por várias espécies do Gênero Centrolobium spp. as mais utilizadas são o  araribá-amarelo, lei nova (Centrolobium microchaete), araribá (Centrolobium ochroxylum), pau-rainha (Centrolobium paraense), araraúba (Centrolobium robustum), araraúba, araruva, araribá-rosa (Centrolobium tomentosum).

Nome estrangeiro: putumuju, canarym, canarywoo, brazilian zebrawood (Centrolobium robustum), rainbow wood (Centrolobium tomentosum).

Densidade: 0,79 g/cm³

Características: Madeira amarela ou alaranjada com veios marrons ou avermelhados. Não é tão densa como o maple, possui um bom timbre e muitos graves.

Indicações: Braço e escala

Araribá

Auracária

Nome popular: pinho, araucária, pinheiro-do-paraná, pinheiro-brasileiro, pinho-brasileiro, pinho-paraná.

Nome científico: Araucaria angustifólia

Densidade: 0,53 g/cm³

Características: Considerada por alguns luthiers uma das melhorres madeiras brasileiras para tampos de violão.

Indicações: Corpo e braço

Araucária

Braúna

Nome popular: Braúna, Baraúna, Maria-preta, lbiraúna, Graúna.

Nome científico: Melanoxylon brauna

Densidade: 1,05 g/cm³


Características: De cor marrom muito escuro e sem poros, esta madeira substitui muito bem a madeira africana para as escalas. Após ser tratada com óleo, se torna bem negra e praticamente indistinguível. Não é muito estável, assim como o Èbano, porém se bem seca e com um corte bem quarteado funciona admiravelmente. É considerada o ébano brasileiro.

Indicações: Guitarra: braço e escala

Baraúna

Canela

Nome popular: canela, canela-parda.

Nome científico: Ocotea odorifera

Densidade: 0,65 g/cm³

Características: Madeira moderadamente pesada, com cor que varia do amarelo ao marrom. Pertence ao mesmo Gênero da Imbuia (Ocotea) e diferencia-se da canela preta por ser menos densa. O gênero canela possui mais de 40 espécies conhecidas, que comumente são denominadas como "canela", sendo importante a sua identificação. Possui um timbre bem agudo com bastante médio grave.

Indicações: braço, corpo e escala.

Canela-parda

Canela-preta

Nome popular: canela-preta, canela-coqueiro, canela-coqueira, canela-pinho, canela-amarela, canela-broto, canela-bicha

Nome científico: Ocotea catharinensis

Densidade: 0,73 g/cm³

Características: Madeira pesada, com cor que varia do amarelo ao marrom escuro. Possui um timbre bem agudo com bastante médio grave.

Indicações: braço e escala

Canela-preta
Cedro rosa

Nome Popular: Cedro Rosa, Cedro, Cedro Vermelho, cedro branco, cedro batata, cedro amarelo.

Nome Científico: Cedrella odorata

Nome estrangeiro: Spanish cedar, red cedar.

Densidade: 0,46 g/cm³

Características: Madeira rosada, leve, fácil de trabalhar e perfumada, resistente a cupins, brocas e fungos apodrecedores, umas das espécies mais utilizadas para movelaria no Brasil. Em instrumentos musicais, é utilizada para corpo e braços de guitarras e baixos, tampos e braços de instrumentos acústicos em geral, fundo e lateral de violão, corpo de rabeca, congas, atabaques, pandeiros. É pouco compacta, ressonante de média granulação, timbre médio-grave, indicado como bom substituto do mogno, algumas pesquisas mostram que o cedro  possui uma velocidade de propagação do som e a densidade a 12% próxima ao alder, entretanto seu decaimento logaritmo se assemelha ao mogno. Utilizada pela Tagima para fabricação dos seus modelos com maior valor.

Indicações: Corpo, braço, escala.

Cedro

Cerejeira

Nome popular: cerejeira, amburana, cumaru do ceará, ambaúrana, amburana de cheiro, angelim, baru, cabocla, cerejeira rajada, cumaré, cumaru, cumaru de cheiro, cumaru do ceará, cumbaru, cumbaru das caatingas, emburana, emburana de cheiro, imburana, imburana brava, imburana cheirosa, imburana de cheiro, louro ingá, umburana, umburana lisa, umburana macho, umburana vermelha, umburana de cheiro.

Nome Científico: Torresea acreana

Nome estrangeiro: roble criollo, palo trébol, ishpingo

Densidade: 0,60 g/cm³

Características: Madeira moderadamente pesada e repleta de poros. Por conta destes poros, o acabamento é um pouco mais complicado. Seu timbre é interessante, com agudos melodiosos e graves de sobra. É indicada para os modelos stratocaster e telecaster.

Indicações: Corpo e braço


Cerejeira

Cumaru

Nome popular: Baru, Camaru-ferro, Cambaru, Cambaru-ferro, Catinga-de-boi, Champagne, Champanha, Combari, Coração-de-negro, Cumari, Cumaru, Cumaru-amarelo, Cumaru-da-folha-grande, Cumaru-de-cheiro, Cumaru-do-amazonas, Cumaru-escuro, Cumaru-ferro, Cumarurana, Cumaru-rosa, Cumaru-roxo, Cumaru-verdadeiro, Cumaruzeiro, Cumaruzinho, Cumbari, Cumbaru, Cumbaru-ferro, Cumbaru-roxo, Emburama-brava, Fava-tonca, Faveira-tonca, Ipê-cumaru.

Nome científico: Dipteryx odorata

Densidade: 1,01 g/cm³


Características: O cumaru é difícil de ser trabalhado, mas recebe excelente acabamento no torneamento. Acabamento ruim nos trabalhos de plaina e lixa, bastante pesada. Devido à natureza oleosa, a Madeira apresenta dificuldade em ser colada. Aceita polimento, pintura, verniz e lustre. 


Indicações: Braço e escala

Cumarú
Freijó verdadeiro

Nome popular: Freijó, Claraíba, Claraíba-do-pará, Cordia-preta, Freijó, Freijó-branco, Freijó-cinza, Freijó-preto, Freijó-rajado, Frei-jorge, Freijó-verdadeiro, Frejó, Louro, Louro-amarelo, Louro-freijó, Louro-preto-do-espírito-santo.

Nome científico: Cordia goeldiana

Densidade: 0,58 g/cm³

Características: Madeira de peso moderado, de cor castanho-claro-amarelado apresenta desenho característico, média granulação, tem brilho e é boa de trabalhar. É bastante utilizada por luthiers do Brasil, possui um bom timbre médio e médio-grave, possui densidade e velocidade de propagação do som bem próxima ao Ash (Fernandes, 2004). Característica confirmada pela Revista Guitar Player que a considerou como substituta do ash, por possuir um timbre similar. Em violões, sua sonoridade e características físicas são similares as dos abetos mais densos, e possui um brilho muito bonito. Ótima para modelos stratocasters, telecasters que buscam um som mais vintage.

Indicações: Corpo e braço


Freijó

Grapia

Nome popular: Amarelão, Barajuba, Cumararana, Cumarurana, Garapa, Garapeira, Grapia, Maraúba, Miratoá, Miraúba, Muirajuba, Muiraruira, Muirataná, Muiratauá, Muiraúba, Murajuba, Pau-cetim, Pau-mulato, Sapocajuba, Sapucajuba

Nome estrangeiro: Brazilian Gold Wood

Nome científico: Apuleia leiocarpa

Densidade: 0,91 g/cm³

Características: Madeira pesada, alburno bege, diferenciado do cerne amarelado até castanho claro rosado, a cor tende a escurecer com o tempo, tornado a madeira de coloração castanho. Há pouco referência na internet, pois é uma madeira alternativa. Encontrei luthiers usando em fundo e faixa de cavaquinhos, braço de guitarra e escala de baixo. Não há referências sobre o timbre, mas deve ser bom.

Indicações: braço e escala


Grapia

Imbuia

Nome popular: Canela-broto; Canela-imbuia; Embuia, Imbuia-clara; Imbuia-escura

Nome científico: Ocotea porosa

Nome estrangeiro: Brazilian walnut

Densidade: 0,65 g/cm³

Características: Madeira moderadamente pesada e bastante estável, de cor muito variada, indo de um tom amarelado ao marrom escuro, pouco porosa e muito dura. Esta madeira é da família das "canelas", sendo muitas vezes confundida com a canela preta. Seu timbre é agudo com bastante médio grave. Comumente é utilizada como top para equilibrar instrumentos construídos com madeiras mais leves. Esta madeira também produz excelentes violões, com graves profundo e bonitos. 

Indicações: braço, escala, top, corpo

Imbuia
Ipê

Nome popular: ipê-amarelo, ipê-tabaco, ipeúva, pau-d'arco-amarelo

Nome científico: Handroanthus serratifolius

Nome estrangeiro: Ipe

Densidade: 1,08g/cm³

Características: Madeira muito dura e fibrosa, possui cor amarelo escuro ou marrom, bastante bonita. Possui um timbre bem estalado, bastante similar ao wenge.

Indicações: Braço e escala

Ipê
Itaúba

Nome popular: Cedro-pardo, Itaúba, Itaúba-abacate, Itaúba-amarela, Itaúba-grande, Itaúba-penima, Itaúba-piúna, Itaúba-preta, Itaúba-verdadeira, Itaúba-vermelha, Lorê, Louro-itaúba, Nhambiquara.

Nome científico: Mezilaurus itauba

Nome estrangeiro: Itauba

Densidade: 0,76 g/cm³

Características: A madeira de cor marrom, não apresenta desenho, tendo textura média, pouco brilho e grã variando de ondulada a entrecruzada, bastante dura e difícil de ser trabalhada. Possui um timbre bastante encorpado e grande estabilidade. É usada principalmente em escalas, braços e longarinas para conceder maior estabilidade ao braço. 

Indicações: Braço e escala


Itaúba
Jacarandá-da-Bahia

Nome popular: jacarandá da bahia, jacarandá preto, caviúna, cabiúna, cabiúna rajada, cabiúna do mato, graúna, caviúno, jacarandá cabiúna, jacarandá caviúna, jacarandá una, pau preto, jacarandazinho.

Nome estrangeiro: Brazilian rosewood, Rio rosewood.

Nome científico: Dalbergia nigra

Densidade: 1,02 g/cm³

Características: A rainha das madeiras para luteria, preferida como material para laterais e fundo por praticamente todos os luthiers do mundo. Madeira de beleza incomparável e de grande variedade de colorido e figura. Geralmente avermelhada com listras negras, porém as vezes marrom escura ou quase preta. Muito vibrante e sonora, produz um som profundo de timbre muito rico com excelente sustentação. Devido as suas ótimas características, despertou a ambição de todo o mundo acarretando na sua extração descontrolada o que levou praticamente o Jacarandá-da-bahia a extinção, atualmente a extração do Jacarandá da Bahia é proibida pela Lei 9605/98 e instrumentos que possuem o jacarandá que não sejam certificados poderão ser apreendidos e seus donos responderão criminalmente, portanto valorize a natureza e denuncie qualquer comércio ilegal de jacarandá da Bahia. 

Indicações: Corpo, braço e escala

Jacarandá-da-Bahia


Jacarandá-do-Pará

Nome popular: jacarandá do Pará, saboarana, jacarandá-preto

Nome científico: Dalbergia spruceana

Nome estrangeiro: Amazonas Palisander (DE), Amazonas rosewood (GB, US)

Densidade: 1,02 g/cm³

Características: É uma madeira muito parecida com o jacarandá-da-bahia, inclusive anatomicamente, porém o jacarandá-do-pará é mais pesado. Acusticamente é considerada, por alguns luthiers, superior ao jacarandá-da-bahia. O timbre é muito semelhante ao da Bahia.

Indicações: corpo, braço e escala


Jacarandá-do-Pará
Jacarandá-rosa

Nome popular: jacarandá, caviúna, caviúna preta, jacarandá graúdo, jacarandá do miúdo, jacarandá rosa, marmeleiro, marmeleiro do mato, marreteiro, nhacarandá.

Nome científico: Dalbergia brasiliensis Vogel

Nome estrangeiro: Tulipwood/ Brazilian Tulipwood

Densidade: 0,91 g/cm³

Características: Madeira rara, de fundo róseo-amarelado com listas vermelhas ou cor de vinho, com tonalidades que variam muito. É pesada, dura, compacta e muito resistente. Possui um timbre limpo e com um bom sustain.

Indicações: braço e escala

Jacarandá-rosa
Jacarandá-violeta

Nome popular: Jacaranda-cega-machado, Jacaranda-violeta, pau-violeta, violeta

Nome científico: Dalbergia cearensis

Nome estrangeiro: Kingwood

Densidade: 0,89 g/cm³

Características: Madeira muito dura e densa. Possui coloração muito bonita, escura com listras amarelas e vermelhas. Em termos de timbre, é muito semelhante ao jacarandá-da-bahia, com boa articulação, excelente propagação de som e excelente sustain.

Indicações: braço e escala

Jacarandá-violeta
Jatobá

Nome popular: Abati, Abati-copul-do-brasil, Abati-timbaí, Algarobo, Árvore-copal, Burandá, Burandã, Castanheiro-de-bugre, Catá, Cataqui-iamani, Comer-de-arara, Copal, Copal-americano, Copal-do-brasil, Corbaril, Embiúva, Farinheira, Guarazema, Iaatiba-iu, Iaatiba-iutaí, Iataíba, Ibiúva, Imbiúva, Iutaí, Jaçaí, Jataí, Jataí -de-embira, Jataí-amarelo, Jataíba, Jataíba-monde, Jataibaúba, Jataicica, Jataí-de-pernanbuco, Jataí-grande, Jataí-jataí, Jataí-mondé, Jataipeba, Jataipeva, Jataí-pororoca, Jataí-roxo, Jataiúba, Jataiúva, Jataí-verdadeiro, Jataí-vermelho, Jataizinho, Jataúba, Jateí, Jateiúva, Jatel, Jati, Jatioba, Jatobá, Jatobá-amarelo, Jatobá-curuba, Jatobá-da-catinga, Jatobá-da-mata, Jatobá-d'anta, Jatobá-de-anta, Jatobá-de-porca, Jatobá-de-porco, Jatobá-de-vaqueiro, Jatobá-do-sertão, Jatobá-mirim, Jatobá-miúdo, Jatobá-roxo, Jatobá-sertão, Jatobá-trapuca, Jatobá-verdadeiro, Jatobazinho, Jatubá, Jetaí, Jetaíba, Jetaíbo, Jetaici, Jetaí-de-pernambuco, Jetaipeba, Jetaiúba, Jetuipeba, Jitaí, Jupati, Juputi, Jutaí, Jutaí-açu, Jutaí-branco, Jutaí-café, Jutaí-catinga, Jutaí-da-várzea, Jutaí-do-campo, Jutaí-do-igapó, Jutaí-grande, Jutaí-mirim, Jutaipeba, Jutaí-pororoca, Jutaí-roxo, Jutaúba, Juteí, Óleo-de-jataí, Óleo-jutaí, Olho-de-boi, Quebra-corrente, Quebra-facão, Quebra-machado, Taici, Trabuca, Trapuca.

Nomes estrangeiros: locust, courbaril, copal, copalier, brazilian cherry.

Nome científico: Hymenaea courbaril

Densidade: 0,76 g/cm³

Características: Sem odor ou gosto característicos, cerne marrom-escuro, alburno marrom-claro, granulação encadeada e textura média, fácil de trabalhar. Possui um timbre médio-grave, bonito e um bom sustain.

Indicações: braço, corpo e escala

Jatobá
Jequitibá

Nome popular: Congolo-de-porco, estopa, jequitibá-de-agulheiro, jequitibá-branco, jequitibá-cedro, jequitibá-grande, jequitibá vermelho, pau-carga, pau-cixão, sapucaia-de-apito

Nome científico: Cariniana legalis

Densidade: 0,53 g/cm³

Características: madeira fibrosa como o mogno, mas um pouco mais densa e mais pesada. Quando acabada ela tem uma textura semelhante ao marfim. É ótima com os acabamentos, fácil de cortar e lixar.É muito estável e assim como o mogno e o cedro, o movimento depois do corte não é significante como o marfim. O jequitibá é uma madeira excelente para braços também assim como o maple, mogno e cedro rosa. O jequitibá para corpos dão um punsh que fica entre os timbres do mogno e do ash.

Indicações: braço, corpo e escala

Jequitibá
Louro Vermelho

Nome popular: Cambará-rosa, Canela-vermelha, Gamela, Itaubão, Louro, Louro-canela, Louro-gamela, Louro-mogno, Louro-rosa, Louro-vermelho, Mogno-tabasco-falso.

Nome científico: Nectandra rubra

Densidade: 0,55 g/cm³

Características: Madeiras sem odor característico, alburno e cerne marrom-amarelados claros, granulação encadeada, textura média. Timbre médio-grave.

Indicações: Corpo, braço e escala


Louro-Vermelho
Louro-Faia

Nome popular: Canjica, Carne-de-vaca, Carvalho-do-brasil, Carvalho-nacional, Carvalho-rosa, Carvalho-vermelho, Carvoeiro-do-cerrado, Catucanhém, Caxicaém, Faeira, Fruta-de-morcego, Guaxica, Louro-faia, faieira, Patuquiri, Pau-conha-roxo, Pau-de-concha, Tucajé.

Nome científico: Roupala Montana

Nome estrangeiro: Leopardwood/ Brazilian Leopardwood

Densidade: 0,73 g/cm³

Características: Madeira relativamente dura, com densidade básica de 0,73 g/cm3. Destaca-se pelo aspecto diferenciado.

Indicações: Top, escala, corpo


Louro-faia
Macacaúba

Nome popular: madeira castanho, castanho-avermelhado ou vermelho-rosado

Nome científico: Platymiscium ulei

Nome estrangeiro: granadillo

Densidade: 0,57 g/cm³

Características: Madeira semelhante ao ébano, bem escura e dura, chegando a ficar completamente preta quando oxidada, É bem lisa e tem poros microscópicos. Timbre bem agudo e com graves bem definidos, possui uma velocidade de propagação do som boa e sua densidade se assemelha ao ash.

Indicações: Corpo, braço e escala

Macacaúba

Maracatiara

Nome popular: Aderno-preto, Aroeira, Aroeirão, Baracatiara, Gibatão-rajado, Gomável, Gonçaleiro, Gonçalo, Gonçalo-alves, Guarabu-do-campo, Guarabu-rajado, Guaribu-preto, Guaritá-rajado, Gurubó, Jejuera, Maracatiara, Maracatiara-branca, Maracatiara-vermelha, Maracoatiara, Muiracatiara, Muiracatiara-rajada, Muiracoatiara, Muiracoatiara-preta, Muiraquatiara, Pau-gonçalo, Sanguessugueira

Nome científico: Astronium lecointei

Nome estrangeiro: kingwood, zebrawood, south american zebrawood, zorrowood, tigerwood

Densidade: 0,80 g/cm³

Características: Madeira pesada, avermelhada, com a ocorrência de faixas longitudinais enegrecidas, formando figuras. Apresenta uma boa velocidade de propagação do som.

Indicações: Top, braço e escala

Muiricatiara

Marfim

Nome popular: guatambu, farinha-seca, marfim, pau-liso

Nome científico: Balfourodendron riedelianum

Nome estrangeiro: ivorywood, brazilian ivorywood

Densidade: 0,84 g/cm³

Características: Madeira pesada de cor dourada clara. Sua densidade é boa e similar à dos jacarandás, apresenta diversos tipos de figuras e pode ter a grã reta ou ondulada. Tem boa estabilidade quando bem seca e quarteada. Tem um bom som e tende mais aos agudos.

Indicações: braço e escala

Marfim
Marupá

Nome Popular: Marupá, caixeta, marupaúba, Aruba, Paraíba, simaruba.

Nome Científico: Simarouba Amara.

Densidade: 0,44 g/cm³

Características Gerais: Madeira de baixa granulação, clara leve e ressonante, baixa densidade, sem veios, timbre bem articulado com agudos e graves bem balanceados, e também possui uma ótima velocidade do som. É indicada para corpos de guitarra, especialmente strato e tele que pode ter um timbre e peso de uma guitarra vintage (Tagima utiliza, bem como diversos luthiers). Também é utilizada em tampos de violão. 

Indicação: Corpo

Marupá

Mogno

Nome popular: Mogno, aguano, mogno-brasileiro, araputanga.

Nome Cientifico: Swietenia Macrophylla

Nome estrangeiro: Brazilian Mahogany

Densidade: 0,63 g/cm³

Características: Madeira muito usada no mundo da música. É moderadamente pesada, com densidade média, boa granulação, muito estável e timbre que favorece o médio-grave. É boa de se trabalhar e o seu aspecto é avermelhado e muito bonito. Bastante utilizada pela Gibson, sendo a madeira de referência para modelos Les paul.

Indicações: Corpo e braço

Mogno


Muirapiranga

Nome popular: falso-pau-brasil, conduru, pau-vermelho, pau-rainha.

Nome científico: Brosimum paraense/Brosimum rubescens

Nome estrangeiro: bloodwood, brazilian bloodwood, satiné

Densidade: 0,83 g/cm³

Características: Madeira pesada, dura e de grande resistência. Possui cor vermelho forte, podendo variar até um laranja avermelhado. Madeira pouco usada ainda na luthieria, mas que vem sendo aplicada em partes de instrumentos, e mais recentemente na confecção de laterais e fundos. Possui uma boa sonoridade e dá um ótimo equilíbrio entre médios e agudos. Em escalas e braço produz som limpo, com bom sustain e com bastante brilho.

Indicações: Braço e escala

Muirapiranga



Pará-pará

Nome popular: carnaúba, caroba, caroba-do-mato, caroba-manacá, marupá-falso, simaruba-falsa, copaia.

Nome científico: Jacaranda copaia (Aubl.) D.Don.

Densidade: 0,43 g/cm³

Características: Madeira leve e fácil de trabalhar, possuindo densidade de 0,43 g/cm³. Esta madeira é muito semelhante ao Marupá e muitas vezes com este confundido. Segundo um estudo realizado, esta madeira mostrou como uma excelente substituta do Alder.

Indicações: Corpo


Pará-Pará



Pau-amarelo

Nome popular: Amarelão, Amarelinho, Amarelo, Amarelo-cetim, Cetim, Espinheiro, Limãorana, Muiratanã, Muiratauá, Pau-amarelo, Pau-cetim, Pequiá-cetim, Piquiá-cetim

Nome científico: Euxylophora paraensis

Nome estrangeiro: yeallowheart, brazilian yellowheart

Densidade: 0,77 g/cm³

Características: A madeira apresenta textura fina, alto brilho e grã direita.

Indicações: Guitarra: braço e escala/ Baixo: braço e escala


Amarelo-cetim


Pau-ferro


Nome popular: pau-ferro, caviúna, jacarandá-ferro, caviúna-vermelha, morado

Nome científico: Machaerium scleroxylon

Nome estrangeiro: morado

Densidade: 0,88 g/cm³

Características: Esta madeira tem um aspecto parecido com o do Jacarandá Indiano. Madeira dura e resistente, possui desenhos e coloração variados. Usada geralmente para fundos e laterais e escalas, ficou mais conhecida pelo uso em laminados como folha decorativa. Produz instrumentos de boa sonoridade, com um timbre mais brilhante que o jacarandá, com excelente sustain e bom acambamento.

Indicações: Braço, escala e corpo.

Pau-ferro



Pequiá

Nome popular: Ameixa-do-peru, Amêndoa-de-espinho, Amêndoa-do-brasil, Amêndoa-do-peru, Grão-de-cavalo, Pequi, Pequiá, Pequiá-branco, Pequiá-bravo, Pequiá-etê, Pequiarana, Pequiarana-da-terra, Pequiá-verdadeiro, Pequiá-vermelho, Pequirana, Pequi-rosa, Pequi-roxo, Petiá, Piqui, Piquiá, Piquiá-bravo, Piquiá-etê, Piquiarana, Piquiarana-da-terra, Piquiá-verdadeiro, Piqui-rosa, Ruamahi, Suari, Uaicá, Vinagreiro.

Nome científico: Caryocar villosum

Densidade: 0,72 g/cm³

Características:  Considerada como o "hard maple" brasileiro.

Indicações: Braço e Escala

Pequiá


Peróba-do-campo

Nome popular: Balsinha, Bucheira, Guatambu, Guatambu-do-cerrado, Moela-de-ema, Muirajuçara, Panacéia, Pau-pereira, Pereira, Pereiro, Pereiro-do-campo, Peroba, Peroba-amarela, Peroba-amarga, Peroba-cetim, Peroba-do-campo, Peroba-do-cerrado, Peroba-mica, Peroba-mico, Peroba-mico-marrom.

Nome científico: Aspidosperma macrocarpon

Densidade: 0,73 g/cm³

Características: Madeira densa, dura e pesada, mais escura e amarelada que o marfim. É boa de se trabalhar. É bastante estável e seu timbre é excelente, com agudos refindados. Foi muito utilizada pela indústria nacional de instrumentos nos anos 60/70.

Indicações: Braço e Escala


Peroba do Campo
Roxinho

Nome popular: Caatingueira, Catingueira, Coataquiçauá, Coataquiçava, Coatiquiçauá, Coraci, Guarabu, Mulateiro-da-terra-firme, Pau-mulato, Pau-mulato-da-terra-firme, Pau-roxo, Pau-roxo-da-caatinga, Pau-violeta, Roxinho

Nome científico: Peltogyne spp

Nome estrangeiro: purpleheart

Densidade: 0,93 g/cm³

Características: Apresenta uma cor pardo escura ao corte e vai tomando uma cor roxa com a exposição ao ar. É mais comum o seu uso em escalas, longarinas e detalhes em instrumentos.

Indicações: Braço, escala, longarinas

Roxinho

Sucupira

Nome popular: Cutiúba, Macanaíba, Matanaíba, Sapupira, Sapupira-da-mata, Sebepira, Sepipira, Sicupira, Sucupira, Sucupira-amarela, Sucupira-da-mata, Sucupira-da-terra-firme, Sucupira-marreta, Sucupira-pele-de-sapo, Sucupira-preta, Sucupira-vermelha

Nome científico: Pterodon emarginatus

Densidade: 0,88 g/cm³

Características: Madeira muito semelhante à imbuia, mas com uma coloração mais uniforme e bem mais estável.

Indicações: Braço e escala


Sucupira

Tauari

Nome popular: Caçador, Cachimbeiro, Maou, Tauari, Tauari-branco, Tauari-claro

Nome científico: Couratari guianensis

Densidade: 0,63 g/cm³

Características: Madeira muito versátil, sendo possível utilizá-la para corpo, braço e escala. Se assemelha muito ao Maple.

Indicações: Corpo, braço e escala


Tauari



Fontes:

FERNANDES, G. A. Avaliação de Madeiras Brasileiras para Utilização em Guitarras Elétricas.Universidade de Brasília, 2004.

LABORATÓRIO DE PRODUTOS FLORESTAIS – LPF. Banco De Dados De Madeiras Brasileiras. http://www.ibama.gov.br/lpf/madeira>.

http://luthieriabrasil.blogspot.com/p/estudo-madeiras-nacionais-para-luthieria.html

SLOOTEN, H. J. van der. ; SOUZA, M.R. Avaliação das espécies madeireiras da Amazônia selecionadas para a manufatura de instrumentos musicais. Manaus: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 1993.


18 comentários:

  1. Estou fazendo uma guitarra com o braço em sucupira branca. As características são as mesmas das outras?

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  2. Boa tarde. Estou começando na Lutheria e tenho dificuldade de encontrar algumas especies de madeiras, se puder me ajudar entre em contato. Muito obrigado
    juniorbass237@gmail.com

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  3. Conteúdo muito rico, vale ouro. Parabéns

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Caro Jonh. Se permite, quando tratamos de densidade é praticamente dizer sobre o peso de material, principalmente se feito em comparação dentro do mesmo uso. Os jacarandás quando comparados tem densidade idêntica, portanto o mesmo peso no instrumento. densidades médias/pesos médios , densidade baixa/peso baixo.

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  6. Olá meu amigo, estou iniciando nesse ramo, iniciando meu primeiro projeto, um baixo 5 cordas. Agradeço pelas informações relativas as madeiras

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  7. Gostaria de informações sobre o cambará e caxeta.

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  8. Gostei. Foi a melhor fonte de informações sobre madeiras para instrumentação.

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  9. qual a madeira é silmilar do maple hard americano ?

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  10. tento entrar com meu email porem não consigo si tiverem respostas mande para elezirgmaceio@gmail.com pois preciso fazer um cepo para piano obrigado !

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  11. Muito completo essa ilustração esta perfeita...é pra guardar em um livro.

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  12. Sou Cantor, compositor, músico forrozeiro, e Luthier nas Horas vagas...Muito ilustrativo esse conteúdo, faço minhas próprias guitarras e violões. Saio procurando madeiras e guardando...quando encontro agora vou procurar me guiando. valeu mesmo!

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  13. Alguém já usou bicarbonato para envelhecer o roxinho
    Um amigo me falou que se eu fizer esse processo o roxinho fica na cor do ébano
    Alguém já fez esse teste

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  14. Muito boa as informações sobre essas madeiras sonoras nota 10 bem apresentado esse trabalho parabéns más fica um aviso ,comprem madeiras com nota fiscal

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  15. Maracatiara para fazer braço e corpo?

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